Marcos Lisboa: A Relação Entre Juros, Inflação e Investimentos no Brasil

00:00 - Primeiro tem o mito da Faria Lima. Segundo, 
os investidores querem que o país esteja bem,   se vai ganhar dinheiro, o país vai estar 
bem. Se o país está bem, você vai investir,   vai ganhar dinheiro, vai fazer 
operações no mercado de capitais,   vai investir em ações. Se o país não está bem, é 
o que a gente está vendo hoje, a perspectiva do   país não é boa a médio prazo, os preços 
das ações ficam baixos, o câmbio sobe,  
00:14 - os juros sobem. Mas não é por uma armação 
ou conspiração, é porque estão pessimistas. "Como se explica para a população em geral que, 
vamos supor, que a Selic baixasse para 7%, não   haveria espaço para gasto adicional no orçamento. 
Seria só uma melhora da dívida pública, né?" A preocupação aí, Luiz,   é a inflação. O Brasil fez isso. O que é 
curioso é que a gente já fez no passado.
00:33 - A gente tem o Tombini, no primeiro governo Dilma, 
que fez exatamente isso. A inflação estava um   pouco acima da meta, o Banco Central surpreendeu 
e baixou os juros. A taxa de crescimento aumentou?   Não! A taxa de investimento aumentou? Não! O 
emprego foi melhor, a geração de emprego aumentou   em relação ao crescimento que era antes. Não! O 
que deu? Ué, não deu nenhuma das consequências   boas que todo mundo defende. Não. E a inflação 
subiu, é, a inflação subiu e depois deu problema,  
00:51 - né? A gente viu a insatisfação da 
população com a inflação de 13%, né? E, de novo, a Selic é taxa de curto 
prazo. O Banco Central é para manter   a inflação em ordem e garantir 
a solidez do sistema financeiro.