Introdução

O mundo do mercado financeiro está repleto de desafios e oportunidades. Porém, para realmente se destacar e ser bem-sucedido como trader, não basta apenas dominar técnicas e estratégias. O aspecto mental é tão crucial quanto qualquer ferramenta técnica que você possa utilizar. Mark Douglas, em seu renomado livro “Trading in The Zone”, aborda justamente a importância da mentalidade correta ao operar no mercado. E neste artigo, vamos mergulhar no capítulo 11 deste incrível audiobook, agora disponível em português.


Trading in The Zone – Capítulo 11

Pensar como um trader

Se me pedissem para condensar o trading na sua forma mais simples, diria que é um jogo de reconhecimento de padrões numéricos. Usamos a análise de mercado para identificar os padrões, definir o risco e determinar quando tomar mais-valias. O trade ou funciona ou não funciona. Em qualquer caso, continuamos para o trade seguinte. É tão simples quanto isto, mas certamente não é fácil. De facto, o trading é provavelmente o projeto mais difícil em que tentará ter sucesso. Não porque exija grandes conhecimentos; muito pelo contrário! Mas porque quanto mais pensa que sabe, menos sucesso terá. Fazer trading é difícil porque temos de operar num estado em que não precisamos de saber, muito embora a sua análise possa revelar-se por vezes perfeitamente correta. Para operar num estado em que não tem que saber, tem que gerir devidamente as suas expectativas. Para gerir devidamente as suas expectativas, tem de reordenar o seu ambiente mental para que acredite indubitavelmente nas cinco verdades fundamentais.

Neste capítulo, vou dar-lhe um exercício de trading que irá integrar estas verdades sobre o mercado a um nível funcional no seu ambiente mental. Ao longo do processo, irei mostrar-lhe as três fases de desenvolvimento de um trader.

A primeira fase é a fase mecânica. Nesta fase, um trader:

  • Constrói a autoconfiança necessária para operar num ambiente sem limites;
  • Aprende a executar sem erros um sistema de trading;
  • Treina a sua mente para pensar em probabilidades (as cinco verdades fundamentais);
  • Cria uma convicção forte e inabalável na sua consistência como trader.

Quando tiver concluído esta primeira fase, pode depois avançar para a fase subjetiva do trading. Nesta fase, usa o que já aprendeu sobre a natureza do movimento do mercado para fazer o que pretende. Há muita liberdade nesta fase, pelo que terá de aprender a monitorizar a sua predisposição para cometer erros de trading que são o resultado dos problemas de autoavaliação não resolvidos a que me referi no capítulo anterior.

A terceira fase é a fase intuitiva. Fazer trading intuitivamente é a fase de desenvolvimento mais avançada. É o equivalente no trading a chegar a cinturão negro nas artes marciais. A diferença é que não tentamos ser intuitivos porque a intuição é espontânea. Não vem daquilo que sabemos a um nível racional. A parte racional da nossa mente é estruturalmente desconfiada da informação que recebe de uma fonte que não compreende. Ter a sensação que algo está prestes a acontecer é uma forma de saber muito diferente de saber racionalmente. Trabalhei com muitos traders que tinham frequentemente uma sensação intuitiva muito forte do que ia acontecer a seguir e viam-se confrontados com a parte racional de si mesmos que persistentemente lutava por agir de outra forma. É claro que se tivessem seguido a sua intuição, teriam experimentado um resultado muito satisfatório. Em vez disso, o resultado era normalmente muito insatisfatório, especialmente quando comparado com o que tinham percepcionado  antes como possível. A única forma que conheço em que pode tentar ser intuitivo é trabalhando na criação de um estado mental que esteja o mais disponível possível para receber os seus impulsos intuitivos e a agir com base neles.

A fase mecânica

A fase mecânica do trading está especificamente concebida para construir o tipo de aptidões de trading (confiança, segurança e pensamento em probabilidades) que irão compeli-lo a criar resultados sustentados. Defino resultados sustentados como uma curva de resultados em crescimento regular mostrando perdas ligeiras, que são a consequência natural de 100 oportunidades identificadas no mercado que não funcionaram.

A não ser que descubra um padrão que vire as probabilidades de um trade ganhador a seu favor, alcançar uma curva de resultados crescente implica eliminar sistematicamente qualquer hipótese de cometer o tipo de erros que resultam do medo, da euforia ou da autoavaliação que descrevi neste livro. Eliminar os erros e melhorar o seu sentido de autoavaliação irá exigir a aquisição de aptidões que são todas de natureza psicológica.

As aptidões são psicológicas porque cada uma, na sua forma mais pura, é simplesmente uma convicção. Lembre-se que as convicções determinam o nosso estado mental e moldam as nossas experiências de forma que reforçam constantemente aquilo que já acreditamos ser verdade. O grau de veracidade de uma convicção (relativamente às condições ambientais) pode ser determinado pela medida em que nos serve; ou seja, pela medida em que nos ajuda a satisfazer os nossos objetivos. Se produzir resultados sustentados for o seu objetivo principal como trader, então criar uma convicção (um conceito consciente, dotado de energia, que resiste à mudança e exige expressão) de que eu sou um trader consistentemente bem-sucedido irá funcionar como a principal fonte de energia que irá gerir as suas percepções, interpretações, expectativas e ações de modo que satisfaçam a convicção e, consequentemente, o seu objetivo.

Criar uma convicção dominante de que eu sou um trader consistentemente bem-sucedido requer adesão a diversos princípios de sucesso consistente. Alguns destes princípios irão sem dúvida entrar em conflito com algumas das convicções que já adquiriu sobre o trading. Se for o caso, então o que tem é um exemplo clássico de uma convicção que está em conflito com o desejo.

Neste caso, a dinâmica energética não é diferente da que existia no exemplo da criança que queria ser como as outras crianças que não tinham medo de brincar com cães. Ela queria expressar-se de um modo que considerava, pelo menos de início, praticamente impossível. Para satisfazer o seu desejo, teve de entrar gradualmente num processo ativo de transformação. A sua técnica era simples: tentava tanto quanto podia concentrar-se no que pretendia e, pouco a pouco, desativava a convicção anterior reforçando a convicção que correspondia ao seu desejo.

Num determinado momento, se esse for o seu desejo, terá também de entrar gradualmente no mesmo processo de transformação para se tornar um ganhador consistente. Quando se trata de transformação pessoal, os ingredientes mais importantes são a força de vontade, a clareza do propósito e a intensidade do desejo. Em última análise, para que este processo funcione, tem de escolher a consistência em detrimento de todas as outras razões ou justificações que tenha para fazer trading. Se todos estes ingredientes estiverem presentes em grau suficiente, então independentemente dos obstáculos internos com que seja confrontado, aquilo que deseja irá acabar por prevalecer.

Observe-se a si mesmo

O primeiro passo no processo de obtenção de consistência é começar a reparar naquilo que pensa, diz e faz. Porquê? Porque tudo o que pensamos, dizemos ou fazemos como traders contribui para alguma convicção no nosso sistema mental e, por conseguinte, reforça-a. Como o processo de se tornar consistente é de natureza psicológica, não é surpresa ter que começar a prestar atenção aos seus vários processos psicológicos.

A ideia é aprender a tornar-se um observador atento dos seus próprios pensamentos, palavras e atos. A sua primeira linha de defesa contra o erro de trading é dar por si mesmo a pensar sobre ele. É claro que a última linha de defesa é dar por si próprio a agir. Se não se empenhar em tornar-se um observador atento destes processos, as suas tomadas de consciência virão sempre depois da ação, normalmente quando já está num profundo estado de arrependimento e frustração.

Observar-se a si mesmo de forma objetiva implica fazê-lo sem sentido de reprovação ou crítica. Isto pode não ser fácil para algumas pessoas tendo em conta o tratamento crítico e reprovador que ao longo das suas vidas podem ter recebido de outras pessoas. O resultado é aprender a associar o erro à dor emocional. Ninguém gosta de estar num estado de dor emocional, por isso é normal evitarmos tanto tempo quanto possível reconhecer ou encarar um erro. Não encarar os erros nas nossas vidas diárias normalmente não tem as mesmas consequências desastrosas se o fizermos como traders.

Se produzir resultados sustentados depende da eliminação do erro, então é uma meia verdade dizer que terá uma grande dificuldade em atingir o seu objetivo se não conseguir reconhecer o erro. Obviamente isto é algo que muito poucas pessoas conseguem fazer e explica por que razão há tão poucos ganhadores sustentados. De facto, a tendência para não reconhecer um erro é tão comum na espécie humana, que nos poderia levar a pensar que é uma caraterística estrutural da natureza humana. Não acredito que assim seja, nem acredito que nascemos com a capacidade de nos ridicularizarmos ou nos sentirmos inferiores por cometermos uma falha, um erro de cálculo ou um lapso.

Cometer erros é uma consequência natural de estar vivo e irá continuar assim até chegarmos a um ponto em que:

  • Todas as nossas convicções estejam em absoluta harmonia com os nossos desejos, e
  • Todas as nossas convicções estejam estruturadas de tal forma que estejam completamente em consonância com aquilo que funciona, da perspectiva do ambiente.

Obviamente que se as nossas convicções não estão em consonância com aquilo que funciona da perspectiva do ambiente, o potencial para cometer erros é alto, se não for mesmo inevitável. Não conseguiremos percepcionar o conjunto adequado de passos a dar para alcançarmos o nosso objetivo. Pior ainda, não conseguiremos percepcionar que aquilo que queremos pode não ser possível ou possível na quantidade que desejamos ou na altura em que o queremos.

Por outro lado, os erros que resultam de convicções em conflito com os nossos objetivos nem sempre são visíveis ou óbvios. Sabemos que irão agir como forças oponentes, expressando as suas versões da verdade sobre a nossa consciência e podem fazê-lo de diversas formas. O mais difícil de detectar é um pensamento que distrai, que causa um lapso momentâneo da concentração. À primeira vista, isto pode não parecer significativo. Mas, tal como na analogia da ponte sobre o desfiladeiro, quando está muito em risco, uma pequena distração pode resultar num erro de proporções desastrosas. Este princípio aplica-se seja ao trading, a eventos desportivos ou à programação informática. Quando o nosso propósito é claro e não é traído por qualquer energia em oposição, então a nossa capacidade de nos mantermos focados é maior e torna mais provável alcançarmos o nosso objetivo.

Defini anteriormente uma atitude ganhadora como uma expectativa positiva dos nossos esforços, com uma aceitação de que quaisquer que sejam os resultados, eles são um reflexo perfeito do nosso nível de desenvolvimento e daquilo que precisamos de aprender a fazer melhor. O que distingue os atletas e os artistas consistentemente fantásticos de todos os outros é a sua nítida ausência de medo de cometer um erro. A razão por que não têm medo é que não têm razão para se sentirem inferiorizados quando cometem um erro, significando que não têm uma reserva de energia com carga negativa à espera de brotar e atacar o seu processo de pensamento consciente, como um leão que espera o momento certo para atacar a sua presa. O que é que explica esta capacidade rara para ultrapassarem rapidamente os seus erros sem se autocriticarem? Uma explicação pode ser o facto de terem crescido com pais e professores incomuns que, pelas suas palavras e exemplos, os ensinaram a corrigir os seus erros com amor genuíno, afeto e aceitação. Digo incomuns porque muitos de nós crescemos precisamente com a experiência oposta. Ensinaram-nos a corrigir os nossos erros com zanga, impaciência e uma nítida falta de aceitação. De certeza que os grandes atletas, com grandes vitórias passadas, encararam os erros como forma de adquirir uma convicção de que os erros simplesmente apontam o caminho para onde precisam de concentrar os seus esforços para crescerem e melhorarem-se a si mesmos?

Com uma convicção como esta, não há fonte de energia com carga negativa capaz de gerar pensamentos autocríticos. No entanto, nós que crescemos experimentando as reações negativas às nossas ações iríamos naturalmente adquirir convicções sobre erros: “Os erros têm de ser evitados a todo o custo”, “Deve haver algo errado comigo se cometer um erro”, ou “Devo ser um incompetente”.

Lembre-se que cada pensamento, palavra e ato reforça alguma convicção que tenhamos sobre nós mesmos. Se, por uma autocrítica negativa repetida, adquirirmos uma convicção de que estragamos tudo, essa convicção irá encontrar uma forma de se exprimir nos nossos pensamentos, fazendo com que nos tornemos distraídos e estraguemos tudo; através das nossas palavras, fazendo-nos dizer coisas sobre nós mesmos ou sobre os outros (se observarmos as mesmas características neles) que refletem a nossa convicção e que se refletem nas nossas ações; nos nossos comportamentos fazendo-nos comportar de forma claramente autos sabotadora.

Se vai ser um vencedor consistente, não pode deixar que o erro ocorra num contexto de carga negativa como é visto pela maioria das pessoas. Tem que conseguir monitorizar-se a si mesmo de alguma forma, o que será difícil de fazer se tiver tendência para experimentar dor emocional quando comete um erro. Se isto ocorrer, tem duas opções:

  • Pode esforçar-se por adquirir um novo conjunto de convicções com carga positiva sobre o que significa cometer um erro, ao mesmo tempo que desativa quaisquer convicções com carga negativa que defendam algo diferente ou façam com que se sinta inferiorizado por cometer um erro;
  • Se não quiser considerar esta primeira opção, pode contrabalançar o potencial para cometer erros pela forma como estabelece o seu regime de trading. Isto significa que se vai fazer trading sem se monitorizar a si mesmo, mas ao mesmo tempo deseja resultados sustentados, então exercer trading recorrendo apenas à fase mecânica irá resolver o dilema.

De qualquer forma, aprender a monitorizar-se a si mesmo é um processo relativamente simples quando se tiver libertado da energia com carga negativa associada aos erros. De facto, é fácil. Tudo o que tem de fazer é decidir porque se quer monitorizar, o que significa que primeiro precisa de ter um propósito claro em mente. Quando o seu propósito estiver claro para si, simplesmente comece a orientar a sua atenção para aquilo que pensa, diz ou faz.

Se e quando reparar que não está concentrado no seu objetivo ou nos passos que o levam a alcançar o seu objetivo, escolha reorientar os seus pensamentos, palavras ou ações de modo que esteja em consonância com aquilo que está a tentar conseguir. Continue a reorientá-los sempre que necessário. Com quanto mais determinação se envolver neste processo, especialmente se conseguir fazer com algum grau de convicção, mais rapidamente irá criar uma estrutura mental livre para funcionar em consonância com os seus objetivos, sem qualquer resistência de convicções conflituosas.

O papel da autodisciplina

Chamo ao processo que acabei de descrever autodisciplina. Defino autodisciplina como uma técnica mental para reorientar (o melhor que pudermos) o nosso foco para aquilo que desejamos, quando esse objetivo ou desejo está em conflito com algum outro fator – convicção – do nosso ambiente mental.

A primeira coisa que deve reparar nesta definição é que a autodisciplina é uma técnica para criar uma nova estrutura mental. Não é um traço de personalidade, as pessoas não nascem com autodisciplina. De facto, quando pensamos no modo como a defino, nem sequer é possível nascer-se com autodisciplina. No entanto, como uma técnica a ser usada no processo de transformação pessoal, qualquer um pode optar por a treinar.

Eis um exemplo que ilustra a dinâmica subjacente ao modo como esta técnica funciona. Em 1978 decidi que queria ser atleta. Não me lembro exatamente de qual era a minha motivação subjacente, exceto ter passado os oito anos anteriores num estilo de vida muito inativo. Não praticava nenhum desporto ou hobby, a menos que ver televisão possa ser considerado um hobby.

Anteriormente, tanto no liceu como pelo menos durante parte do período em que frequentei a universidade, era muito ativo no desporto, especialmente no hóquei. No entanto, depois de sair da universidade, a minha vida desenrolou-se de uma forma muito diferente da que esperava. Não era concretamente o que desejava e sentia-me impotente para reagir. Isto conduziu-me a um período de inatividade, que é uma forma simpática de dizer que estava fortemente deprimido.

De novo, não tenho a certeza do que me incitou a querer subitamente tornar-me atleta (se calhar vi algum programa de TV que despoletou o meu interesse). Lembro-me, no entanto, que a motivação era muito forte. Assim, saí e comprei um par de sapatilhas, calcei-as e fui correr. A primeira coisa que descobri foi que não era capaz. Não tinha resistência para correr mais de 60 metros. Foi surpreendente. Descobri que estava de tal modo em baixo de forma que nem sequer conseguia correr mais de 60 metros! Perceber isto foi tão desanimador que não tentei correr novamente durante duas ou três semanas. Na vez seguinte, ainda não conseguia correr mais de 60 metros. Tentei novamente no dia seguinte, logicamente com o mesmo resultado. Fiquei tão desanimado com a minha condição física que não corri de novo durante mais quatro meses.

Estamos na primavera de 1979. Estou mais uma vez determinado a fazer desporto, mas ao mesmo tempo, muito frustrado com a minha falta de progressos. Enquanto contemplava o meu dilema, ocorreu-me que um dos meus problemas era que não tinha um objetivo em função do qual trabalhar. Era ótimo dizer que queria ser corredor mas o que significava isso? Na realidade não sei; era demasiado vago e abstrato. Tinha de ter algo mais tangível em função de que trabalhar. Assim, decidi que queria conseguir correr oito quilômetros até ao final do verão.

Oito quilômetros pareciam na altura inconquistáveis, mas pensar que seria capaz de o fazer gerou em mim uma grande dose de entusiasmo. Este maior nível de entusiasmo deu-me um incentivo suficiente para correr quatro vezes naquela semana. No final dessa primeira semana, fiquei surpreendido ao descobrir que bastou um pouco de exercício para melhorar a minha resistência e capacidade para correr mais. Isto aumentou-me o entusiasmo, pelo que saí e fui comprar um cronômetro e um caderno para usar como diário de corrida. Defini um percurso de três quilômetros e assinalei cada 250 metros. No diário, registava a data, a distância, o tempo e como me sentia fisicamente cada vez que corria.

Ora, eu pensava que estava no caminho certo para os oito quilômetros, quando literalmente esbarrei na minha próxima série de problemas. Os maiores eram os pensamentos conflituosos que me distraíam e me invadiam a consciência sempre que decidia sair e correr. Fiquei perplexo com o número (e intensidade) das razões que encontrava para não o fazer: “está calor [ou frio], parece que vai chover, ainda estou cansado desde a última vez que corri, (mesmo tendo sido há três dias), não conheço ninguém que faz isto”, ou o mais comum, “vou depois deste programa terminar” (é claro que nunca ia).

Não conhecia outro modo para lidar com esta energia mental conflituosa a não ser reorientar a minha atenção consciente para aquilo que tentava conseguir. Eu queria mesmo chegar aos oito quilômetros até ao final do verão. Descobri que por vezes o meu desejo era mais forte do que o conflito. Em resultado, conseguia calçar as minhas sapatilhas, sair mesmo de casa e correr. No entanto, foram mais as vezes em que os meus pensamentos contrários me deixaram parado. De facto, nas fases iniciais, estimo que dois terços do tempo não consegui ultrapassar a energia negativa.

O próximo problema com que me deparei foi quando me aproximei dos mil e quinhentos metros. Fiquei tão entusiasmado comigo mesmo que me ocorreu que iria precisar de um mecanismo adicional para me fazer chegar aos oito mil. Pensei que quando chegasse ao ponto em que conseguisse correr três ou talvez cinco quilômetros, ficaria de tal modo satisfeito comigo mesmo que não iria sentir qualquer necessidade de cumprir o meu objetivo dos oito quilômetros. Assim, estabeleci uma regra para mim mesmo. Poderia chamar-lhe a regra dos oito quilômetros. “Se eu conseguisse calçar as minhas sapatilhas e sair apesar de todos os pensamentos conflituosos a tentarem dissuadir-me de o fazer, comprometia-me a correr pelo menos mais um passo do que da última vez”. Tudo bem se corresse mais do que um passo, mas nunca podia ser menos do que um passo, seja qual fosse a razão. Acontece que nunca quebrei esta regra e, no final do verão, atingi os oito quilômetros.

Mas depois, aconteceu algo realmente interessante e completamente inesperado. Quando me aproximei de atingir o meu objetivo dos oito quilômetros, pouco a pouco, os pensamentos conflituosos começaram a dissipar-se e acabaram por desaparecer. Nessa altura, descobri que se eu queria correr, era completamente livre de o fazer sem qualquer resistência mental, conflito ou pensamentos conflituosos. Considerando a luta que tinha sido, fiquei, no mínimo, perplexo. O resultado: continuei a correr regularmente durante os dezesseis anos seguintes.

Para quem possa estar interessado, não corro tanto agora porque há cinco anos decidi voltar a jogar novamente hóquei. O hóquei é um desporto extremamente exigente. Às vezes jogo quatro vezes por semana. Tendo em conta a minha idade (mais de cinquenta) e o nível de esforço que o desporto exige, normalmente preciso de um dia ou dois para recuperar, o que não me deixa muito tempo para correr.

Ora, se pegar nestas experiências e as puser no contexto daquilo que compreendemos agora quanto à natureza das convicções, há algumas observações que temos de fazer:

  1. Inicialmente, o meu desejo de correr não tinha qualquer base de suporte no meu sistema mental. Ou seja, não havia qualquer outra fonte de energia (qualquer conceito dotado de energia a precisar de se manifestar) em consonância com o meu desejo;
  2. Tive que fazer algo para criar esse suporte. Para criar a convicção de que eu sou um corredor tive que criar uma série de experiências em consonância com a nova convicção. Lembre-se que tudo o que pensamos, dizemos ou fazemos contribui com energia para alguma convicção no nosso sistema mental. De cada vez que experimentava um pensamento conflituoso e conseguia concentrar-me novamente no meu objetivo, com convicção suficiente para calçar as minhas sapatilhas e sair, acrescentava energia à convicção de que eu sou um corredor. E, igualmente importante, retirei inadvertidamente energia de todas as convicções que defendessem outra coisa. Digo inadvertidamente porque há várias técnicas especificamente concebidas para identificar e desativar convicções conflituosas, mas nessa altura da minha vida eu não compreendia a dinâmica subjacente ao processo de transformação por que estava a passar. Assim, não me poderia ter socorrido dessas técnicas;
  3. Agora posso expressar-me sem esforço (de uma perspectiva mental) como um corredor, porque eu sou um corredor. Esse conceito dotado de energia é agora uma parte em funcionamento da minha identidade. Quando comecei pela primeira vez, acontece que tinha algumas convicções conflituosas sobre correr. Em resultado, precisava que a técnica da autodisciplina se tornasse uma convicção.
  4. Agora não preciso de autodisciplina porque ser um corredor é o que eu sou. Quando as nossas convicções estão completamente alinhadas com os nossos objetivos ou desejos, não há fonte de energia conflituosa. Se não há fonte de energia conflituosa, então não há fonte de pensamentos que cause distração, desculpas, racionalizações, justificações ou erros (conscientes ou subconscientes);
  5. As convicções podem ser alteradas e se for possível alterar uma convicção, então é possível alterar qualquer convicção, se compreendermos que na realidade não estamos a alterá-la, mas somente a transferir energia de um conceito para outro, permanecendo intacta a convicção que se pretende mudar. Por conseguinte, podem existir em simultâneo no nosso sistema mental duas convicções completamente contraditórias. Mas se tivermos retirado a energia de uma convicção e dotado totalmente de energia a outra, não existe contradição do ponto de vista funcional; só a convicção combinada com a energia terá a capacidade para funcionar como uma força sobre o seu estado mental, sobre a sua percepção e interpretação da informação e sobre o seu comportamento.

Ora, o único propósito de fazer trading mecanicamente é transformar-se a si mesmo num trader de sucesso consistente. Se houver alguma coisa no seu ambiente mental que esteja em conflito com os princípios da criação de uma convicção de que eu sou um trader consistente bem-sucedido, então terá de empregar a técnica da autodisciplina para integrar estes princípios como uma parte dominante do funcionamento da sua identidade. Quando os princípios se tornarem quem você é, já não irá precisar de autodisciplina porque o processo de ser consistente irá deixar de exigir esforço.

Lembre-se que a consistência não é a mesma coisa que a capacidade de abrir uma ou várias posições ganhadoras, porque abrir uma posição ganhadora não exige absolutamente nenhuma aptidão. Tudo o que tem de fazer é adivinhar corretamente, o que não difere em nada de adivinhar o resultado do lançamento de uma moeda ao ar, enquanto que a consistência é um estado mental que, uma vez atingido, não irá permitir-lhe ser de qualquer outra maneira. Não terá que tentar ser consistente porque tal decorrerá naturalmente da sua identidade. De facto, se tiver de tentar, é uma indicação de que não integrou completamente os princípios do sucesso consistente como convicção dominante e não conflituosa.

Desenvolver a convicção da consistência

Criar uma convicção de que eu sou um vencedor consistente é o principal objetivo, mas tal como a minha intenção de me tornar corre- dor, é demasiado ampla e abstrata para implementar sem a decompor num processo gradual. Assim, o que vou fazer é decompor esta convicção nas suas partes mais pequenas e depois dar-lhe um plano para integrar cada parte como uma convicção dominante. As seguintes sub convicções são as componentes básicas que fornecem a estrutura elementar do significado de ser um vencedor consistente.

EU SOU UM VENCEDOR CONSISTENTE, PORQUE:

  1. Identifico objetivamente as minhas oportunidades;
  2. Predefino o risco de cada trade;
  3. Aceito completamente o risco e estou disposto a fechar a posição se o mercado se virar contra mim;
  4. Ajo sobre as minhas oportunidades sem reservas ou hesitações;
  5. Tomo as minhas mais-valias quando o mercado me disponibiliza dinheiro;
  6. Monitorizo continuamente a minha suscetibilidade para come- ter erros;
  7. Compreendo a absoluta necessidade destes princípios de sucesso consistente e, por conseguinte, nunca os violo.

Estas convicções são os sete princípios da consistência. Integrar estes princípios no seu sistema mental a um nível funcional exige que crie propositadamente um conjunto de experiências que estejam em consonância com eles. Isto não difere em nada da criança que queria brincar com cães ou do meu desejo de ser corredor. Antes de conseguir brincar com um cão, a criança teve primeiro que fazer várias tentativas para se aproximar de um cão. No final, quando o peso preponderante da energia no seu sistema mental foi transferido, conseguiu brincar com cães sem qualquer resistência interna. Para me tornar um corredor tive de criar a experiência de correr, contra tudo dentro de mim a defender o contrário. No final, à medida que a energia era transferida para esta nova definição de mim mesmo, correr tornou -se uma expressão natural da minha identidade.

É óbvio que aquilo que estamos a tentar conseguir é muito mais complexo do que tornar-se um corredor ou afagar um cão, mas a dinâmica subjacente a estes processos é idêntica. Comecemos com um objetivo específico. O primeiro princípio de consistência é a convicção de que eu identifico objetivamente as minhas oportunidades. A palavra-chave aqui é objetivamente. Ser objetivo significa que não é possível definir, interpretar e, por conseguinte, interpretar qualquer informação do mercado como negativa ou positiva.

O objetivo é operar com base em convicções que mantêm neutras as nossas expectativas e ter sempre em conta forças desconhecidas. Lembre-se que tem de treinar especificamente a sua mente para ser objetiva e ficar concentrada no fluxo de oportunidades do momento presente. As nossas mentes não estão naturalmente programadas para pensar deste modo. Assim, para sermos observadores objetivos temos de aprender a pensar do ponto de vista do mercado, onde há sempre forças desconhecidas (traders) à espera de agir sobre o movimento dos preços. Por conseguinte, da perspectiva do mercado, cada momento é verdadeiramente único, embora o momento possa parecer, soar ou ser sentido exatamente como algum outro momento passado registado no seu banco de memórias.

No Instante em que decide ou considera que sabe o que vai acontecer a seguir, irá automaticamente esperar acertar. No entanto, aqui- lo que sabe, pelo menos ao nível racional do pensamento, só pode ter em conta o seu passado, que pode não ter qualquer relação com aquilo que está realmente a acontecer do ponto de vista do mercado. Nessa altura, qualquer informação do mercado que não esteja em consonância com a sua expectativa tem o potencial para ser interpretada como ameaçadora. Para evitar sofrer, a sua mente irá automaticamente compensar, com mecanismos de proteção conscientes e subconscientes, quaisquer diferenças entre aquilo que espera e aquilo que o mercado está a oferecer.

Aquilo que irá experimentar é normalmente chamado uma ilusão. Num estado de ilusão, não somos objetivos nem estamos ligados ao fluxo de oportunidades do momento presente. Em vez disso, tornamo-nos suscetíveis de cometer todos os erros de trading típicos (hesitar, agir precipitadamente, não predefinir o risco, definir o risco mas recusar aceitar a perda e manter aberta uma posição que vai agravar a perda, sair demasiado cedo de uma posição a ganhar, não tomar mais-valias, entrar em perdas numa posição que tinha ganhos, alterar uma ordem de stop para um ponto mais perto do ponto de entrada, ficar de fora temporariamente e observar o mercado a transacionar novamente a seu favor ou entrar numa posição demasiado grande em relação ao capital…). As cinco verdades fundamentais sobre o mercado irão manter neutras as suas expectativas, focar a sua mente no fluxo de oportunidades do momento presente (ao dissociar o momento presente do seu passado) e, por conseguinte, eliminar o seu potencial para cometer estes erros.

Quando parar de cometer erros de trading, irá começar a confiar em si mesmo. À medida que o seu sentido de autoconfiança aumentar, também irá aumentar a sua segurança. Quanto maior for a sua segurança, mais fácil será executar os seus trades (agir sobre as suas oportunidades sem reservas ou hesitações). As cinco verdades irão também criar um estado mental em que irá genuinamente aceitar os riscos de trading. Quando aceitar genuinamente os riscos, estará tranquilo com qualquer resultado. Quando estiver tranquilo com qual- quer resultado, irá experimentar um estado mental despreocupado e objetivo, em que se disponibiliza para percepcionar e agir sobre qual- quer coisa que o mercado lhe estiver a oferecer (do ponto de vista do mercado) num determinado momento presente.

O primeiro objetivo é integrar a convicção dominante que eu defino objetivamente as minhas oportunidades. O desafio agora é: como chegar lá? Como é que se transforma numa pessoa que pensa consistentemente da perspectiva do mercado?

O processo de transformação começa com o seu desejo e a sua disposição para se focar de novo no objeto do seu desejo (autodisciplina). O desejo é uma força. Não tem de coincidir ou estar de acordo com algo em que acredite ser a verdade sobre a natureza do trading. Um desejo claro que vise diretamente um objetivo específico é uma ferramenta muito poderosa. Pode usar a força do seu desejo para criar uma ver- são ou dimensão inteiramente nova para a sua identidade; transferir energia entre duas ou mais ideias em conflito ou mudar o contexto ou a polarização das suas memórias de negativa para positiva.

Tenho a certeza que conhece a expressão decida-se. A implicação de nos decidirmos é escolhermos exatamente aquilo que queremos com tanta clareza (sem dúvidas) e com tanta convicção que literal- mente nada se atravessa no nosso caminho, seja interna ou externamente. Se houver força suficiente por detrás da nossa resolução, é possível experimentar uma grande mudança na nossa estrutura mental praticamente de forma instantânea. Desativar conflitos internos não é uma questão de tempo; é um desejo centrado na finalidade (embora possa ser preciso uma quantidade considerável de tempo para chegar ao ponto em que realmente nos decidimos). De outro modo, na ausência de uma clareza e uma convicção extremas, a técnica da autodisciplina, com o tempo, irá fazer esse trabalho bastante bem (se, é claro, estiver disposto a usá-la).

Para lá chegar, tem de decidir, com o máximo de convicção e clareza que, acima de outra coisa qualquer, deseja a consistência (o estado mental de confiança, segurança e objetividade) do seu trading. Isto é necessário porque se for como a maioria dos traders, irá enfrentar algumas forças conflituosas muito temíveis. Por exemplo, se tem estado a fazer trading para se sentir bem com a euforia de apanhar um grande movimento, para impressionar a sua família e amigos, para ser um herói, para satisfazer uma dependência económica, para acertar nas suas previsões ou por qualquer outra razão que não tenha nada a ver com ser consistente, então irá descobrir que a força destas outras motivações irá não só agir como um obstáculo dificultando muito o exercício de trading que estou prestes a dar-lhe, mas podia muito bem ser suficientemente forte para o impedir de fazer sequer o exercício.

Lembra-se da criança que não tinha desejo de ser como as outras crianças e interagir com cães? No fundo, decidiu viver com a contradição ativa entre a sua convicção minimamente dotada de carga positiva de que nem todos os cães são perigosos e a sua convicção elementar, dotada de carga negativa, de que todos os cães são perigosos. Teve a capacidade de percepcionar cães brincalhões , mas ao mesmo tempo considerou impossível interagir com eles. A menos que deseje mudá-lo, o desequilíbrio de energia entre estas duas convicções irão permanecer exatamente como está durante toda a sua vida.

Só para começar o processo, tem de querer tanto a consistência que tem de estar disposto a desistir de todas as outras razões, motivações ou planos para fazer trading que não estejam em consonância com o processo de integração das convicções para criar consistência. Um desejo claro e intenso é um pré-requisito incondicional se quer fazer com que este processo funcione consigo.


Conclusão

No capítulo 11, Mark Douglas explica que pensar como um trader significa adotar uma mentalidade focada em maximizar retornos enquanto gerencia riscos. Para fazer isso efetivamente, eles devem pensar criticamente e tomar decisões baseadas em condições de mercado, análise de dados e sua própria intuição.

No geral, Mark Douglas desafia a psicologia dos traders neste livro, pois ele aborda questões como falta de disciplina, falta de confiança, medo de ficar de fora, medo de fracassar e perder dinheiro, o equívoco sobre a negociação, assunção de riscos e a aceitação de riscos, compara os padrões de pensamento e características dos traders consistentemente bem-sucedidos com os traders não tão bem-sucedidos e diz: “Os vencedores atingiram um estado mental – um conjunto único de atitudes – que lhes permite manter a disciplina, o foco e, acima de tudo, a confiança, apesar das condições adversas.” E é isso que os diferencia dos demais.


A Obra de Mark Douglas

Mark Douglas é amplamente reconhecido no mundo do trading por seus insights sobre a psicologia dos traders e por seus ensinamentos sobre como abordar o mercado com uma mentalidade disciplinada e orientada ao sucesso. Ao longo de sua carreira, Douglas publicou diversos livros que se tornaram leituras essenciais para traders de todos os níveis de experiência. Aqui está uma lista dos seus livros mais influentes, juntamente com breves resumos:

               
  1. “Trading in the Zone: Master the Market with Confidence, Discipline and a Winning Attitude” (Negociando na Zona)
    • Resumo: Este é talvez o livro mais popular de Douglas. Ele aborda os principais obstáculos psicológicos enfrentados por traders e fornece soluções para superá-los. Douglas destaca a importância de desenvolver uma mentalidade disciplinada e focada em probabilidades, ao invés de se concentrar em ganhos ou perdas individuais.
  2. “The Disciplined Trader: Developing Winning Attitudes” (O Trader Disciplinado)
    • Resumo: Neste livro, Douglas explora a psicologia do trader e a necessidade de desenvolver atitudes vencedoras para ter sucesso nos mercados. Ele aborda as emoções comuns que podem sabotar um trader e oferece estratégias para gerenciar e superar esses desafios mentais.
  3. “The Little Book of Trading Performance”
    • Resumo: Um guia mais curto e conciso, este livro destila a sabedoria de Douglas em dicas práticas e insights sobre o desempenho no trading. Ele oferece conselhos sobre como manter a consistência, superar obstáculos psicológicos e otimizar o desempenho geral.

Os livros de Mark Douglas são uma fonte inestimável de sabedoria para qualquer trader que deseja melhorar sua abordagem mental ao trading. Eles oferecem não apenas técnicas e estratégias, mas também uma compreensão profunda da natureza humana e de como superar os desafios internos que todos os traders enfrentam.


Sempre é Importante Lembrar

Operar no mercado financeiro não se resume a análises e previsões. É primordial possuir um controle emocional robusto ao realizar suas operações. A gestão de risco é um elemento vital, pois envolve escolher o tamanho apropriado para as posições, determinar pontos de stop loss e estipular metas lucrativas. Nunca esqueça da volatilidade intrínseca aos mercados e que enfrentar perdas é parte integrante da trajetória do trader. Esteja sempre aberto a novos métodos, realinhe estratégias quando necessário e busque atualização constante. Com foco, disciplina e resiliência, você potencializará suas chances de se destacar como um trader lucrativo.


A Melhor Forma de Aprender Sobre Trading

Uma das melhores maneiras de aprofundar seus conhecimentos sobre trading é, sem dúvida, através da leitura de livros especializados no assunto. Os insights e experiências compartilhadas por autores renomados podem ser fundamentais para o seu desenvolvimento. E, além dos livros, aproveite os recursos oferecidos pelo canal “Com Lucro”, que disponibiliza informações valiosas, vídeos e aulas voltadas para traders de todos os níveis.


Qualquer Dúvida Sobre o Trading, Entre em Contato com o Canal “Com Lucro”

Se restaram dúvidas ou você deseja se aprofundar ainda mais em algum tópico específico, não hesite em entrar em contato conosco pelas redes sociais do canal “Com Lucro”. E se você gostou deste conteúdo, mostre seu apoio! Curta, compartilhe com seus amigos e ajude o “Com Lucro” a crescer e continuar entregando conteúdo de qualidade para todos que aspiram ser traders de sucesso.


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